Poliana Correia Lima
Água subterrânea é toda a água que ocorre abaixo da
superfície da Terra, preenchendo os poros ou vazios intergranulares das rochas
sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas compactas. Sendo
submetida a duas forças (de adesão e de gravidade) desempenha um papel
essencial na manutenção da umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos.
As águas subterrâneas cumprem uma fase do ciclo hidrológico, uma vez que
constituem uma parcela da água precipitada.
A infiltração é o processo mais importante de recarga da
água no subsolo. O volume e a velocidade de infiltração dependem de vários
fatores. A infiltração é favorecida pela presença de materiais porosos e
permeáveis como solos e sedimentos arenosos. Rochas expostas muito fraturadas ou
porosas também permitem a infiltração de águas superficiais. Espessas
coberturas de solo exercem um importante papel no controle da infiltração,
retendo temporariamente parte da água de infiltração que posteriormente é
liberada lentamente para a rocha subjacente. A imagem abaixo mostra o processo
de infiltração da água no solo.
Fonte: http://www.ebah.com.br
De modo geral, declives acentuados favorecem o escoamento
superficial direto, diminuindo a infiltração. Superfícies suavemente onduladas
permitem o escoamento superficial menos veloz, aumentando a possibilidade de
infiltração. O modo como o total da precipitação é distribuído ao longo do ano
é um fator decisivo no volume de recarga da água subterrânea, em qualquer tipo
de terreno. Chuvas regularmente distribuídas ao longo do tempo promovem uma
infiltração maior, pois desta maneira, a velocidade de infiltração acompanha o
volume de precipitação. Ao contrário, chuvas torrenciais favorecem o escoamento
superficial direto, pois a taxa de infiltração é inferior ao grande volume de
água precipitada em curto intervalo de tempo.
O avanço da urbanização e a devastação da vegetação
influenciam significativamente a quantidade de água infiltrada em adensamentos
populacionais e zonas de intenso uso agropecuário. Nas áreas urbanas, as
construções e a pavimentação impedem a infiltração, causando efeitos
catastróficos devido ao aumento do escoamento superficial e redução na recarga
da água subterrânea. Nas áreas rurais, a infiltração sofre redução pelo
desmatamento em geral, pela exposição de vertentes através de plantações sem
terraceamento, e pela compactação dos solos causada pelo pisotcamento de
animais, como em extensivas áreas de criação de gado.
Unidades de rochas ou de sedimentos, porosas e permeáveis
que armazenam e transmitem volumes significativos de água subterrânea passível
de ser explorada pela sociedade são chamadas de aquíferos. Em oposição ao termo
aquífero, utiliza-se o termo aquiclude para definir unidades geológicas que,
apesar de saturadas, e com grandes quantidades de água absorvida, são incapazes
de transmitir um volume significativo de água com velocidade suficiente para
abastecer poços ou nascentes, por serem rochas relativamente impermeáveis.
O aproveitamento das águas subterrâneas data de tempos
antigos e sua evolução tem acompanhado a própria evolução da humanidade. O seu
crescente uso se deve ao melhoramento das técnicas de construção de poços e dos
métodos de bombeamento, permitindo a extração de água em volumes e
profundidades cada vez maiores e possibilitando o suprimento de água a cidades,
indústrias, projetos de irrigação, etc. A relação, em termos de demanda quanto
ao uso, varia entre os países, e nestes, de região para região, constituindo o
abastecimento público, de modo geral, a maior demanda individual.
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